1. |
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sopro bolhas de vidro no ar
no reflexo me vejo e me deixo voar
quero ficar te olhando até tudo acabar
plantar meus pés no chão até a luz se apagar
e eu sei que tudo o que passou virou poeira de memória
e o fim é momento mais bonito da história
(deixo voar, deixo voar)
renasço do lado de fora desse momento
te sinto pulsar no charco do lado de dentro e no centro
flutuo até o estouro do cabos
o meu corpo grita meu braço amortecido queima, a cabeça gira
a placa do meu tronco frita
dispara a fita que fura a carapaça da tartaruga
criando para o sol um portal, criando pra mim uma fuga
eu iço faísca e alço um risco no vento
mísseis lassos bocejam mas não se arrebentam
apenas miram sua meca, zênite sem sol
suando a pele cromada e macia no dorso sem farol, vem
o primeiro raio da divisa é combustível do desejo androide,
motor de um cavalo vermelho
espelho quebrado em desnível na
senóide de um amor impossível
a bandeira quadriculada agita
imita o infinito que esse momento habita
o mundo em slow, floema no acrílico de um amor invisível
duro como um coração, macio como um míssil
difícil dizer com precisão quantos átomos separam
a rebelião do toque no enfoque macro, ondas que não se calam
falam da manhã e de desejo
minha resolução se define pelo que sinto, não pelo que vejo
o mundo fora daqui morre em um segundo e eu me pergunto
por que a noite tardeia se o tempo é um defunto
quero ficar te olhando até tudo acabar
plantar meus pés no chão até a luz se apagar
e eu sei que tudo o que passou virou poeira de memória
e o fim é momento mais bonito da história
deixo voar
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2. |
remetente
03:42
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enquanto estiver
estático, talvez
num pega pra capar
entre o passado e eu
vou conseguir matar
minha insensatez.
Eu sufoquei a voz,
(dila)serei
eu encontrei no fundo do baú
um postal e de repente vi
que o remetente era lá da frente
vem me avisar que o ego mata
fazia frio e era tarde mas,
eu levantei
pra encarar
o que havia chegado aqui
numa carta vazia
era tudo o que eu sentia
madruguei, em busca de provas
e me deparei com medos e rotas,
chaves e portas...
só vão...
e eu fico
vem de trás, dos meus ancestrais,
essa voz que cada vez mais
mostra o que sou
e vai, girando veloz
não há como parar
essa espiral que envolveu.
o vento que me guia
e o tempo que passou,
eu aprendo observando onde errei,
eu vi você ir...
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claro enigma Limeira, Brazil
duo de rock alternativo formado por Matheus Pinheiro e Caique Redondano
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